Após alguns dias, Roberto
lembraria daquela menina do casarão. Ela possuía um estilo totalmente novo no
que dizia respeito à música. Era como se as notas mais agudas quebrassem
espelhos.
Ele, com seu trompete, poucos
cabelos e diploma em música, tocara antes de Amanda, a pianista loira. Depois
das apresentações, os pais da garota fizeram um convite a Roberto. Eles gostariam
que ele se apresentasse com a filha. Chegado o momento da apresentação, o piano
acabara por hipnotizá-lo.
Sua noiva começou a se questionar
porque isso acontecera. Roberto não poderia responder. Ele tentara acompanhar a
pianista inicialmente, porém suas primeiras notas o desarmaram. Na tentativa de
safar da situação com classe, a única opção foi dar uma risada contida e
enfatizar o talento da menina. Os pais não esconderam a alegria pelo elogio,
apesar de toda pompa que o evento envolvia.
Quase no final da festa, Roberto
pediu para que sua noiva o esperasse no carro e guardasse o trompete enquanto
ia ao banheiro. Para tanto, pedira informação a anfitriã. Logo depois que saiu
do banheiro, ele avistara Amanda no corredor. Ele correu atrás dela e pegou-a pelo
braço, sem que ela o visse. Acendeu seu isqueiro, ateou fogo no cabelo de
Amanda e jogou-a no banheiro.
Com passos apressados e jurando
escutar gritos, Roberto dirigiu-se ao carro e foi embora. Sua futura esposa não
perguntou nada.
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