sábado, 18 de setembro de 2010

Plano infalível

Eu falsificarei Deus e irei comandar o que estiver ao meu alcance. Por razões que só a Natureza explica, criarei 10 personagens. Dez seres atuantes. Cada qual a seu modo, particular na sua forma e estética. Principalmente na forma. Embalagens, plásticos de faces.
A força nasce e o plástico tentará possuir o esôfago. Isso nunca irá acontecer, mas a força reside na sensação. Um número suficente de sufocantes aparentes. Nada mal pra se começar uma revolução. Mas não é disso que se trata a criação, dos putos, dos flagelados, dos martírios, das felicidades, ah!, do líquido. Monta-se o cenário, cor vinho chapada. Curvas marrons, pôr do sol duplo. Como um bom Deus, sóis das cores básicas, cor de burro-quando-foge e queijo-fondue. (Eu não iria colocar um sol com cara de bebê-Teletubbies. Se bem que, ok, esquece...)
Pois bem, coloca-se os dez em ação, todos absortos em seus monólogos, despreocupados com os outros presentes. A pláteia faz um único monólogo virtual, pensante, intelectual. Abstrái-se o susto inical e tenta-se explicar o decágolo(faz-se de conta que isto significa o conjunto de dez monólogos, mesmo lembrando algo que tenha a ver com gola...). O torto da ação pontua a concentração do público pelo que é dito e não pela intensidade do que se fala. É um paradoxo comum e explorado por alguns(desculpa por não saber o número é fatal). Pra facilitar, as dez personalidades do mundo são nomeadas. As faces plastificadas são de cores diferentes. Os elogios são os mesmos, os defeitos originais. A matéria surge do nada, o plástico se recicla, a originalida se mastiga, os orgãos se consomem. Sem ensaio, é necessário o improviso. Num dado momento, as falas irão de cruzar. Pularão uma em cima da outra, construindo um amontado de expressões válidas para a deconstrução do mundo quase concebido. Gostaria que a platéia sumisse ddepois disso? Tudo bem, imagine assim. Não é a única escolha, mas para facilidade de narração seja a mais adequada e provavelmente a mais usada.
Esqueci-me do céu por uns segundos. A cor dele? Acredito que seria cinza esbranquiçado, constraste ideal para a terra banhada pelas cores perfeitas. Por razões que só a História explica, alguns personagens começam a destruir o cenário ao seu alcance, outros choram, e alguns poucos atuam como criadores. O restante prima por sua imaginação...
Eu sou falseador, esqueceu? Com defeitos originais. Nada mal para quem quer começar uma revolução.

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